sexta-feira, maio 13, 2011

A Guerra do Cálculo


“No início do século XVII, Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) e Sir Isaac Newton (1642-1726) estavam a ponto de entrar em guerra.” (BARDI, 2010).


Jason Socrates Bardi, autor de “A Guerra do Cálculo”, propõe-se a contar uma das mais interessantes histórias acerca da ciência, a saber, a briga entre Newton e Leibniz pelo reconhecimento da criação do Cálculo diferencial. Bardi descreve, desde o princípio, as vidas de dois grandes gênios, os quais, de maneiras aparentemente distintas, chegaram a uma mesma conclusão em relação aos estudos do Cálculo Diferencial.


A bibliografia é extensamente levantada, com dados interessantes e um bem resolvido encadeamento de fatos, pois Bardi busca antes um estilo limpo, e a descrição imparcial dos eventos. Preocupado em sublinhar fatores que potencializariam o conflito entre os séculos XVII e XVIII, a repetição de dados dentro do texto é constante, algumas informações são fornecidas em uma parte do texto, e, poucas páginas depois, elas se repetem, sem mudança de enfoque ou estilo, o que justificaria, em parte, um possível reforço de um evento descrito.

Leibniz e Newton tinham bastante coisas em comum quando adultos: ambos eram cientistas geniais, localizados numa encruzilhada da história onde o método experimental começava a se tornar difundido, estavam direta e indiretamente envolvidos com a politica monárquica da época. Graças a este último, os dois se aproximaram do poder, conseguindo, assim, buscar recursos para as ciências que tanto amavam.

Por amarem eloquentemente suas ciências, concentraram suas forças e vidas no que acreditavam, a tal ponto, que Newton morreu aos 80 anos virgem, e Leibniz não ficou muito atrás.

A grande discussão, gira em torno de quem haveria desenvolvido o estudo sobre o Cálculo Diferencial primeiro, pois, segundo documentos e testemunhas, Newton teria escrito suas primeiras ideias sobre o que chamará de “a ciência dos fluxos” entre 1665 e 1666, as quais viria a publicar bem mais tarde em 1704, no artigo Ótica; por outro lado, Leibniz, logo após concluir seus estudos (inciados 10 anos antes) publicou dois artigos entre 1684 e 1686, o qual denominou Cálculo (que vem do latin calculus – tipo de pedra usada pelos romanos para fazer contas). O fator determinante para desencadear esta guerra, é o fato, de que, por ter iniciado seus estudos antes de Leibniz, mas não ter publicado-os e, então, publicado-os depois de Leibniz, surgiram varias suposições, especulações, histórias e varias lendas, que vão desde plágio ao roubo de escritos e ideias.

Newton terminou seus dias como chefe da Casa da Moeda e passou por fases depressivas estudando alquimia, e Leibniz, por seu turno, se comprometeu a redigir a nada interessante saga da Casa de Brunswick. Para um homem que se adiantou a seu tempo, percebendo, por exemplo, insights nada triviais sobre geologia, como o alemão, ou para um homem que elucidou o mistério das órbitas, constando do currículo de física até hoje, como o inglês, é muito pouco.

Talvez as disciplinas de Cálculo e da própria matemática não fossem tão chatas se soubéssemos dos bastidores de sua criação, e dos problemas que eram de difícil resolução antes da invenção desta fenomenal ferramenta.


Referências:
BARDI, Jason S. A Guerra do Cálculo / Jason Socrates Bardi [Tradução de Aluizio Pestana da Costa]. - 2. ed. - Rio de Janeiro: Record, 2010.
GILVAS. "Jason Socrates Bardi: A Guerra do Cálculo". Publicado em: 23 abr. 2009. Disponível em: <http://gilvas.wordpress.com/2009/04/23/jason-socrates-bardi-a-guerra-do-calculo/>. Acesso em: 11 maio 2011.

Um comentário:

  1. Esses caras ficavam de "guerra" mas no fim acabou sobrando para nós alunos...
    Fazer o que né.

    Lizeu

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